Lobito Atlantic Railway recebe primeiro navio no terminal mineraleiro do porto do Lobito
Lobito, Angola, 15 Julho 2024 – O navio MV Lindsaylou, carregado com 40.500 toneladas de enxofre, atracou na passada Sexta-Feira, 12 de Julho, no Terminal Mineraleiro do Porto do Lobito, gerido pelo consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), marcando assim o início das operações portuárias.
O navio, que foi carregado no Qatar, chegou ao Lobito após uma viagem de cerca de um mês, e a descarga e armazenamento da carga estão a ser feitos inteiramente por mão de obra local. As operações de descarga estão a seguir os procedimentos ambientais e de segurança requeridos, sendo que estão a ser utilizadas duas tremonhas automáticas concebidas e fabricadas em Angola.
A carga, inicialmente armazenada no terminal mineraleiro em sacos de grandes dimensões, será depois colocada nos comboios internacionais de carga da LAR com destino à República Democrática do Congo, para apoiar a produção de cobre refinado pelas empresas mineiras da região de Katanga.
Francisco Franca, Presidente do Conselho de Administração da LAR, ao falar sobre a chegada do primeiro navio e o início das operações portuárias no terminal mineraleiro, disse: “Este é o último passo para reunir toda a logística necessária com vista a operacionalizar e desenvolver o projecto da LAR e todo seu potencial.” Acrescentando que “a LAR tem um compromisso firme com o mais importante corredor logístico da região e com o aumento dos volumes das operações ferroviárias e portuárias para atingir os objectivos estratégicos do Governo de Angola neste importante corredor de desenvolvimento económico regional.”
O início das operações portuárias da LAR surge após a realização de obras de reabilitação após o início das operações ferroviárias em Janeiro deste ano. Estas obras permitiram, até ao momento, a circulação de 1800 comboios - entre passageiros e mercadorias (nacionais e internacionais) - sendo que, semanalmente, dois comboios internacionais de mercadorias viajam da RDC para o Porto do Lobito, assim como cerca de 50 comboios nacionais de mercadorias por mês. Estima-se que, no futuro, após a realização dos investimentos previstos, circulem diariamente seis comboios internacionais de mercadorias.
O projecto de reabilitação da linha férrea representa um investimento superior a 800 milhões de dólares durante o período da concessão. O investimento permitirá a renovação de troços da linha ferroviária e das infra-estruturas associadas, para além do investimento em vagões e locomotivas. Está atcualmente a ser discutido um pacote de financiamento, que inclui um potencial investimento da US International Development Finance Corporation (DFC). A LAR já iniciou o investimento com a compra de material circulante e o início dos trabalhos de manutenção na via existente.
Actualmente, o consórcio emprega mais de 650 trabalhadores, concentrados nas operações de manutenção e melhoria da linha entre o Lobito e o Luau, na fronteira com a RDC, e no terminal mineraleiro.
O navio de carga a granel, MV Lindsaylou, carregado com 40.500 toneladas de enxofre, atracou no terminal mineraleiro do Porto do Lobito, marcando o início das operações portuárias da LAR.
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Sobre a LAR
Com uma concessão de 30 anos o consórcio Lobito Atlantic Railway é constituído pela Trafigura, operador mundial de matérias-primas, pela Mota-Engil, uma empresa internacional de construção e gestão de infra-estruturas, e pela Vecturis SA, uma empresa ferroviária.
Desde Janeiro de 2024, a LAR opera, gere e mantém a linha ferroviária que vai de Angola ao longo de quase 1.300 km – entre o Porto do Lobito e o Luau, no leste de Angola – até à rede ferroviária gerida pela Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro do Congo (SNCC), na República Democrática do Congo, mais propriamente em Kolwezi, no coração do Copperbelt.
A LAR também explora o terminal mineraleiro do Porto do Lobito, que faz a ligação à linha ferroviária. O porto do Lobito facilita um serviço de envio de matérias-primas mais rápido e eficiente.
A LAR possui actualmente mais de 650 colaboradores distribuídos entre a gestão da empresa e as operações ferroviárias e portuária. Estes colaboradores foram transferidos principalmente dos CFB - Caminhos de Ferro de Benguela e Porto do Lobito - e espera-se que o seu número aumente significativamente devido ao aumento da actividade da concessionária.
Após o investimento, a linha do caminho de ferro proporcionará uma rota ocidental mais rápida para o transporte dos minerais e metais produzidos no Copperbelt congolês. Com a linha ferroviária melhorada o transporte de matérias-primas e outros produtos vitais para a região, circularão de forma eficiente e contribuirão para o desenvolvimento da actividade comercial ao longo da rota.
O consórcio LAR é o concessionário da exploração, gestão e manutenção do corredor ferroviário do Lobito, que liga Angola à República Democrática do Congo. Está em curso um estudo de pré-viabilidade separado, apoiado pelos EUA e pela UE, sobre a extensão do caminho de ferro do Lobito desde o norte da Zâmbia até ao leste de Angola.